Garotos de Bem

Em uma área residencial de Roma, há uma conhecida escola católica para meninos, onde as crianças da melhor classe média são educadas. As famílias sentem que, nesse contexto, seus filhos podem crescer protegidos da turbulência pela qual a sociedade está passando e que essa educação rígida abrirá as portas para um futuro brilhante para eles.Na noite entre 29 e 30 de setembro de 1975 algo se quebra e aquela fortaleza de valores inatacáveis ​​desaba sob o peso de um dos crimes mais hediondos da época: o crime de Circeo.Os responsáveis ​​são na verdade ex-alunos daquela escola também frequentada por Edoardo, que tenta contar o que desencadeou tanta violência cega naquelas mentes exaltadas por ideias políticas distorcidas e um desejo irreprimível de supremacia.

Tem uma regra no cinema bem simples: faça o que você sabe fazer e, acima de tudo, fale sobre o que você entende e domina. Não dá para abrir exceções, não dá para ter brechas. Afinal, o cinema, uma arte de história e narrativa, deixa qualquer tropeço evidente. E é justamente essa regra de ouro que o filme Garotos de Bem, drama da Netflix, simplesmente não seguiu.

Estreia da plataforma desta quarta-feira, 14, o longa-metragem de Stefano Mordini (Testemunha Invisível) fala sobre um crime horrendo que aconteceu na Itália: um grupo de alunos de uma escola tradicional e católica da região estuprou, drogou e chegou a matar uma garota, mantida em cárcere privado por eles. Uma outra, que passou pelas mesmas situações, conseguiu viver.

É uma história sem dúvidas potente e melancólica e que, sob o comando certo, poderia render um filme tão forte quanto. Mas não é isso que acontece com Garotos de Bem. Sob a direção de Mordini, um homem, o longa-metragem se debruça na vida dos criminosos e deixa as garotas, vítimas desse crime absurdo e horrendo, como meras coadjuvantes sem qualquer brilho